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Respirar pela boca é normal?

Já aqui falámos das consequências negativas que a chupeta pode ter no correto desenvolvimento da criança. Contudo, existem outros hábitos que prejudicam de forma significativa o desenvolvimento global e que, nem sempre, têm a devida a atenção. É o caso da respiração oral

Respirar pela boca pode resultar de uma obstrução das vias respiratórias superiores, da flacidez dos músculos faciais ou apenas de um hábito que, por algum motivo, se foi criando. São considerados respiradores orais todos os indivíduos que mantêm este tipo de respiração por um período superior a 6 meses.

Este hábito pode trazer enumeras consequências para uma criança, como alterações na postura (cabeça anteriorizada), na alimentação, na fala e, até, na qualidade do sono.

Centrando-nos nas áreas relacionadas com a Terapia da Fala, salientam-se as alterações no crescimento oro-facial assim como na postura, tónus e mobilidade dos órgãos articuladores (lábios, língua e bochechas), diminuindo a sua eficiência na execução das funções estomatognáticas (mastigação, deglutição e fala).

As alterações na fala resultam da flacidez muscular e/ou do incorreto posicionamento da língua, devido ao deficiente crescimento e desenvolvimento facial (palato estreito e má oclusão dentária). As dificuldades mais recorrentes nos respiradores orais são: anteriorização da língua na produção dos fonemas /t, d/ e imprecisão na produção dos fonemas /p, b, m, f, v, s, z, ʒ, ∫/. Da respiração oral podem ainda surgir os casos comumente designados de “sopinha de massa”, ou seja, sigmatismo anterior ou lateral.

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Salienta-se ainda que, estas crianças podem apresentar sonolência diurna (uma vez que durante a noite não descansam devidamente), má oxigenação cerebral e/ou dificuldades auditivas (uma vez que um respirador oral é mais vulnerável a otites). Todas estas dificuldades podem afetar de forma significativa o desempenho da criança nas atividades escolares, podendo gerar dificuldades de aprendizagem.

Desta forma, os pais e os educadores devem estar atentos aos seguintes sinais, devendo encaminhar para uma avaliação no ORL sempre que se justifique:

  • a criança respira maioritariamente pela boca;

  • a criança baba-se ou ressona durante a noite;

  • a criança apresenta constantemente olheiras;

  • a criança apresenta-se sonolenta durante o dia apesar de se deitar cedo;

  • a criança apresenta constantemente os lábios secos;

  • a criança tem uma respiração ruidosa.

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Autor: Ana Maria Silva, Terapeuta da Fala

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