Terapia da Fala
Ana Maria Silva
"O indivíduo afásico sente-se prisioneiro de si mesmo, sente que tem tudo para falar bem, sabe perfeitamente o que quer dizer, mas não é capaz de transmitir as mensagem através de palavras."
A linguagem é uma função cerebral que permite ao Homem comunicar e pensar, estando o seu desenvolvimento dependente de uma complexa estrutura anatómica.
Na maioria das pessoas (cerca de 96%), as duas maiores áreas cerebrais responsáveis pelas funções da linguagem e da fala (área de Broca e área de Wernicke) encontram-se no hemisfério cerebral esquerdo. Deste modo, quando existe uma lesão numa destas regiões cerebrais, como é o caso do AVC, verificam-se alterações nestas funções. Ao nível da linguagem, a alteração mais frequente após esta lesão é a afasia, enquanto que ao nível da fala, são frequentemente encontradas apraxias e disartrias.
A afasia pode caraterizar-se como uma perda parcial ou total das capacidades de compreensão e/ou expressão, na forma oral e/ou escrita. No entanto, as afasias podem ser classificadas de diferentes formas, tendo em conta as capacidades que o indivíduo apresenta alteradas e mantidas.
Esta classificação tem em conta, essencialmente, 4 parâmetros: a fluência do discurso, a capacidade de compreensão auditiva, a nomeação de objetos (com apoio visual) e a repetição de palavras.
Consequências da Afasia
* depressão (da pessoa com afasia e/ou familiares próximos);
* diminuição da auto-estima;
* diminuição da autonomia;
* alterações nas rotinas;
* alterações da estrutura familiar;
* alterações na vida profissional;
* isolamento social;
Autor: Ana Maria Silva, Terapeuta da Fala
Bibliografia:
Leal, A. P. S. (2009). Avaliação da Afasia pelos Terapeutas da Fala em Portugal. Universidade de Aveiro. Aveiro.
Duarte, N., Vasconcelos, M., & Batalha, I. (2011). Alterações adquiridas da linguagem na infância. Revista Da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação.
Franco, E., (2012). Intervenção nas Afasias com o uso da omunicação suplementar e/ou alternativa. Bauru.