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Cada vez mais se fala mais na "era das novas tecnologias", mas será que esta traz apenas vantagens? 

Numas gerações anteriores viam-se crianças na rua a brincar ao pião, ao berlinde, às escondidas, à macaca... Hoje em dia, em qualquer lugar, são vistas crianças, de qualquer idade, fixadas em pequenos ecrãs. A concentração é tal que parecem estar "noutro planeta", conseguindo passar horas sem terem a necessidade de interagir com quem as rodeia. Os tradicionais brinquedos foram rapidamente substituídos pela televisão, os computadores, as consolas de jogos e os tablets. As visitas a museus e a parques passaram a ser feitas, na maioria das vezes, através das imagens disponíveis na internet. 

É verdade que o avanço tecnológico também traz consigo diversas vantagens, como o acesso mais facilitado à informação, a aproximação de familiares e amigos que vivem distantes e, até o acesso a um mundo de jogos e atividades para os mais novos sendo, alguns deles, bastante educativos e promotores de um desenvolvimento adequado.

 

Mas há que saber escolher e colocar regras à sua utilização e esta tarefa é destinada aos pais/educadores.

Maioria das competências sociais e intelectuais necessárias para um desenvolvimento saudável são adquiridas durante a infância através das brincadeiras. As brincadeiras ao ar livre e não estruturadas permitem a realização de exercício físico, assim como o desenvolvimento cognitivo, uma vez que as crianças têm de ser mais criativas e aprender a pensar e a resolver problemas. Além disso, o brincar ao ar livre é mais propício à realização de atividades em grupo, aumentando assim o espírito e o trabalho em equipa, assim como a capacidade de partilhar.

Contrariamente, as crianças que passam mais do que 2 horas por dia em frente à televisão ou ao computador e não realizam qualquer tipo de brincadeira no exterior, estão mais propícias a desenvolver:

* obesidade infantil (principalmente quando estão com a televisão ou computador ligados durante as refeições, o que pode contribuir para o aumento da ingestão de calorias);

* perturbação de hiperatividade e défice de atenção;

* problemas comportamentais;

* alterações cognitivas (com possíveis alterações ao nível da linguagem).

Desta forma, é função dos pais/educadores colocar regras à presença constante das novas tecnologias devendo:

 

* Controlar não só o tempo que passam com estes recursos, como também, os conteúdos observados ou utilizados (devendo estes ser adequados à idade da criança);

*Afastar estes recursos, principalmente, na hora das refeições, bem como nos períodos de descanso ou estudo (exceto quando são necessários para ajudar na elaboração de trabalhos/pesquisas);

* Estabelecer que a sua utilização deve ocorrer num local da casa comum, como a sala, e impedir a sua presença no quarto da criança.

 

 

Quanto à idade da sua utilização, os pediatras defendem que antes dos 12 anos as crianças não devem ter um telemóvel próprio, uma vez que ainda não são suficientemente independentes e autónomos, estando sempre sobre a supervisão de adultos. Deste modo, em caso de necessidade, os adultos realizam os contactos necessários.

 

Em relação à Internet, é que referido pelos especialistas que, também antes dos 12 anos, o acesso das crianças a este meio deve ser o mais reduzido possível, além disso, mesmo depois desta idade o seu uso deve ocorrer com supervisão de um adulto.

 

No que diz respeito à televisão, os pediatras referem que nenhuma criança deve ver televisão sozinha antes dos 10 anos, devendo o adulto estar disponível para controlar os conteúdos observados e esclarever as dúvidas da criança.

Autor: Ana Maria Silva, Terapeuta da Fala

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